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Esse é o Gold um cãozinho da raça Golden Retriever. Cão dócil e muito brincalhão, se caracteriza por ser um dos cães mais dóceis, ele é muito amigavél.Seu temperamento é calmo. É excelente para atividades físicas como o agility, que é uma das formas que os proprietários tiveram para uma maior integração com seus cães, que estão sempre prontos a agradar e obedecer. Por ter um excelente olfato é muito usado para farejar drogas e como guia de cegos. Por ser um cão de temperamento equilibrado, pode com certeza ser criado em apartamentos apesar de ter porte grande. Para tanto sempre é necessário adquirir um Golden de um criador sério que tenha feito controle de temperamento. Além disso, certa dose de exercício diário é importante para a raça. Também pode ser criado para a terapia. É atencioso, companheiro, carinhoso, inteligente e fiel.

SOS Bichos e a questão da Leishmaniose.

Leis e Informações.


 SOS Bichos e a questão da Leishmaniose.


           Em meio à enorme controvérsia em torno do tema “leishmaniose”, e considerando a necessidade de definirmos um posicionamento próprio, o grupo SOS Bichos tem procurado obter o máximo possível de informações sobre o assunto. O levantamento de publicações sobre a doença, a participação em cursos e palestras, a interlocução com veterinários, bem como a troca de experiências com proprietários de cães infectados são atitudes que possibilitam a construção de opiniões embasadas e a conseqüente adoção de uma postura consciente e responsável perante sociedade e animais.
No momento em que o Homem começa a reconhecer o impacto de suas ações sobre o planeta, tendo em vista a exaustão dos recursos naturais, os desequilíbrios provocados pelo aquecimento global, a diminuição da qualidade de vida em função do aumento das populações, etc., vemos como fundamental para a preservação do meio em que vivemos uma mudança de paradigma quanto à visão de sobrevivência e bem-estar do ser humano, não sendo mais possível desconsiderar os demais seres vivos que com ele coexistem. Afinal, de forma mais ou menos perceptível, tudo e todos encontram-se relacionados neste planeta. É com essa visão que procuramos abordar os conflitos entre homens e animais, considerando a questão sob um ângulo que abrange as necessidades de ambos.
O surgimento da leishmaniose em nosso meio é um bom exemplo dessa correlação entre os seres vivos. Inicialmente o vetor, mosquito hematófago do gênero Lutzomia, localizava-se principalmente em matas, sendo apenas os animais silvestres infectados através da inoculação do parasita pelo mosquito. Com os crescentes desmatamentos provocados pelo Homem e o decorrente desaparecimento desses animais, o mosquito vetor migrou para os ambientes urbanos, onde homens e animais passaram a ser picados e conseqüentemente infectados pelo parasita da leishmania. A partir desse momento, os órgãos de saúde pública estabeleceram uma conduta de combate à doença, cujos resultados não se têm mostrado satisfatórios, embora a população tenha colaborado de forma efetiva e por longo período.


           Nós, do SOS Bichos, entendemos que a política de saúde pública adotada no Brasil para o controle da doença traduz-se numa postura extremamente agressiva do ponto de vista da integridade animal, uma vez que sua principal diretriz consiste na eliminação dos cães que apresentam reação positiva nos testes sorológicos. A justificativa para essa medida reside na suposição de que tais animais seriam “reservatórios” do parasita, traduzindo-se em um perigo para a saúde pública.
           Nossa posição é de repúdio a essa conduta, não só porque se baseia numa visão antropocêntrica, parcial e ultrapassada como descrito acima, mas também porque encontra-se desprovida de amparo científico, além de ser alvo de inúmeros questionamentos, como exposto a seguir:

1. A orientação do Manual de Vigilância do Ministério da Saúde para os seres humanos assintomáticos mas com exames sorológicos positivos é não tratar e não notificar. Essas pessoas são consideradas resistentes à doença, mas da mesma forma que acontece com os animais, também poderiam ser denominadas “reservatórios” do parasita. Em vista disso, que direito temos de abordar o problema de forma tão parcial?
2. O programa de matança seletiva da saúde pública não está ajudando no controle da doença. O número de casos humanos e animais aumenta ano a ano, o que demonstra a ineficácia dessa medida;
3. Os testes sorológicos não são confiáveis, pois são bastante freqüentes os resultados falso-positivos e falso-negativos. O sacrifício de cães sadios pelo simples motivo de apresentarem reação sorológica positiva é um crime;
4. É preciso considerar também a possível função que os cães exercem como verdadeiras barreiras à inoculação do parasita no Homem, tendo em vista o alto grau de cinofilia do mosquito vetor. A eliminação desses hospedeiros consiste em mais uma atitude impensada do ser humano, resultando em ações que podem voltar-se contra o próprio autor;
5. O curso da doença nos cães é bastante variável, dependendo de fatores nutricionais, de outras infecções e também de características individuais. Foram relatados casos de evolução rápida, evolução lenta e até cura clínica espontânea. Diante dessas possibilidades, é mais que razoável dar uma chance ao animal;
6. A prevenção, o monitoramento e o tratamento da doença nos animais é possível. Existem vários produtos repelentes do mosquito e também uma série de medicamentos que podem ser utilizados, sendo freqüentes os casos de cães soropositivos que têm uma vida normal e longa, além de não constituírem perigo para os seus proprietários. Em muitos países da Europa, o tratamento é a opção preferencial seguida pelos proprietários;
7. Inúmeros são os fatores que proporcionam a disseminação da doença em determinada área, havendo uma relação inequívoca com o estágio de desenvolvimento econômico da região. Dessa forma, é fundamental a adoção de medidas tais como a conscientização da população e dos agentes sanitários sobre os sintomas, a promoção de programas nutricionais e de saúde, o combate à multiplicação do mosquito vetor (saneamento básico, limpeza peridomiciliar, etc.), o controle da população de animais através de programas de castração e de estímulo à posse responsável, etc. Essas medidas deveriam prevalecer a ações infundadas e ineficazes, como a matança seletiva adotada pelo poder público.
Diante desses questionamentos, o grupo SOS Bichos propõe uma abordagem diferente para o problema da leishmaniose, de tal forma que o animal acometido, em vez de ser considerado vilão, seja encarado como vítima da mesma, merecendo o acolhimento e o amparo por parte da sociedade, assim como ocorre com os seres humanos. É preciso livrar esses animais do estigma criado pelo alarmismo e pela ignorância em torno da doença, posicionando-se de forma positiva e responsável perante a questão. Entendemos que essa postura traduz-se em não rejeitar os cães soropositivos sadios, submetendo-os a exames de controle periódico e, caso necessário, ao tratamento adequado. Já os proprietários de animais doentes devem exercer seu direito de tratá-los sem estarem sujeitos a ameaças e pressões por parte dos órgãos de saúde pública.


           Felizmente, a cada dia, percebemos que proprietários e veterinários estão abraçando essa causa, assumindo uma posição mais ativa com respeito ao assunto. Um bom sinal dessa mudança de visão é o fato de testemunharmos, em nosso trabalho de encaminhamento dos animais, a adoção consciente de cães soropositivos. Atitudes como essa nos fazem acreditar na capacidade do ser humano de corresponder de forma digna ao compromisso que temos perante a vida em nosso planeta.
 
Grupo SOS Bichos - BH